Há dúvidas?... Não teremos, certamente, resposta para tudo mas procuramos compilar as questões mais frequentes de quem visita ou frequenta a Scholé.
Sugerimos também que leiam o nosso regulamento (o regulamento é atualizado anualmente) e que nos escrevam com novas dúvidas ou dúvidas sobre as dúvidas para podermos atualizar a nossa lista!
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A scholé é uma escola?
Sim, a Scholé é uma escola. Podemos não ter o aspeto e os elementos tradicionais de uma escola mas somos uma escola, com autorização de funcionamento do Ministério da Educação português.
a scholé é uma escola internacional?
Não, a Scholé não é uma escola internacional nem uma escola bilingue. Seguimos o currículo português preconizado pelo Ministério da Educação de Portugal. No entanto, e atendendo ao elevado número de alunos internacionais que frequentam a escola, falamos inglês regularmente, quer com as crianças, quer na comunicação com as famílias.
é obrigatório frequentar as atividades/aulas na scholé?
Sim. A aprendizagem na Scholé é eminentemente relacional, experiencial e experimental. Os projetos são desenhados para que as crianças se envolvam, cresçam em autonomia e participação e evoluam, progressivamente, em termos de conhecimentos e competências. A Scholé define um calendário anual, com indicação clara das semanas de projeto e de interrupções letivas/pausas e, cada grupo, tem um horário letivo que contempla, no caso do Pré-Escolar as atividades de projeto, Psicomotricidade, Inglês, Música, Artes, Playful Learning e Feelings Forward; e no caso da Iniciação (1º ciclo) as atividades de projeto, Movimento, Artes, Inglês, Música, Rugby (desporto oficial da escola), Playful Learning e Feelings Forward. As crianças oriundas de outros países/nacionalidades têm ainda uma atividade semanal de Português Língua Não Materna.
as crianças aprendem?
Os projetos da Scholé são desenhados para assegurar o cumprimento das Orientações Curriculares para a Educação Pré-Escolar e/ou as Aprendizagens Essenciais para o 1º ciclo. Não temos manuais escolares, não compartimentalizamos áreas do saber, não temos testes mas asseguramos que as crianças trabalham as aprendizagens definidas pelo Ministério da Educação. Cada projeto e a vivência do dia a dia são também oportunidades de exploração e aprendizagem de tantos outros conhecimentos, competências, valores que não constam dos documentos orientadores oficiais mas são essenciais para ajudarmos as crianças no seu processo de desenvolvimento. Não damos seguramente tanto valor a alguns conceitos - não somos fundamentalistas da memorização e, não raras vezes, alteramos a ordem e as precedências de alguns tópicos mas, cada criança tem a oportunidade de aprender, ao seu ritmo.
se não há testes como é que avaliam as crianças?
Na Scholé a avaliação é contínua, qualitativa e é sempre entendida como uma oportunidade de melhoria. Os adultos usam diferentes métodos e instrumentos de avaliação - observação, registos de pesquisa, guiões de exploração, fichas de trabalho, produções, protótipos - para recolher elementos e monitorizar o progresso de cada criança. Não há notas quantitativas nem comparações mas há relatórios (semestrais) descritivos que permitem às crianças e às famílias compreenderem o desempenho em cada projeto e o progresso ao longo do tempo. Estes relatórios incluem todas as áreas do saber e têm também uma componente sobre o desenvolvimento socioemocional e uma área de potencial de desenvolvimento em que procuramos nomear atividades, livros, jogos que possam promover o desenvolvimento integral de cada criança.
e quando saem da scholé, adaptam-se?
A Scholé só contempla a valência de pré-escolar e 1º ciclo. As crianças que completaram o 1º ciclo na Scholé transitaram para outras escolas, públicas ou privadas, em contexto nacional e internacional. Ainda que o critério das notas seja o que menos representa a nossa missão e visão da educação e do trabalho que realizamos com as crianças, é, por norma, o critério mais avaliado em todas as escolas e cujos dados são mais mensuráveis. As crianças que saíram da Scholé nos últimos anos têm, na sua maioria, bons resultados académicos havendo, inclusivamente, vários alunos nomeados para os quadros de mérito das suas novas escolas. No ano letivo 2024/2025, a média dos alunos de 4º ano que participaram nas Provas MoDA (Português, Matemática e Inglês) foi superior à média do concelho e à média nacional. Enche-nos de orgulho perceber, mais que qualquer nota académica, que a maioria dos alunos que transita da Scholé para outras escolas é reconhecido por ser educado, gentil, responsável, criativo e autónomo.
as crianças podem frequentar a scholé em part-time?
Não, a frequência da Scholé é em tempo integral. A escola está aberta 12 meses por ano (fechando em dias específicos definidos no calendário escolar) e a anuidade corresponde aos 12 meses do ano e em horário completo.
é preciso pagar prolongamento caso a criança esteja mais tempo na escola?
A Scholé abre às 7h30 e encerra às 19h30 (as atividades letivas iniciam às 9h30 e terminam às 16h ou 16h30, conforme as valências). Os tempos livres antes e depois das atividades letivas fazem parte da frequência da escola e não têm um custo associado. O horário alargado permite às famílias organizarem-se em função das suas dinâmicas e necessidades.
obrigam as crianças a comer?
Sim. Não no sentido literal - naturalmente não forçamos nenhuma criança a comer nem empurramos colheres cheias de comida para dentro das bocas das crianças - mas entendemos os momentos das refeições (lanches e almoço) como oportunidades de aprendizagem e por isso a todas as crianças são oferecidos diferentes alimentos para que possam experimentar (mais do que uma vez) e educar o palato. Os alimentos são fornecidos pela escola e, quer no lanche da manhã/tarde que ao almoço (sopa, prato principal e fruta) são oferecidas opções e alternativas para que as crianças possam escolher, dentro dessas opções, o que querem comer. Há sempre lugar a negociações (comer mais ou menos, deixar a alface e comer a beterraba...) mas não há lugar a escolher não comer. Disponibilizamos também produtos e ementas alternativas (quando as crianças têm dietas alimentares específicas ou intolerâncias/alergias alimentares).
é obrigatório usar uniforme?
A Scholé oferece, no ato da matrícula/renovação da inscrição um kit que inclui (entre outros itens) uma t-shirt amarela, um casaco, um impermeável e um chapéu. Este uniforme não é de uso diário obrigatório mas deve estar sempre disponível na escola porque é obrigatório usá-lo em todas as saídas para o exterior (visitas de estudo, passeios, etc.).
soube que saem muito da escola mas não quero que o meu filho saia...
Talvez não sejamos a escola certa?...Sair faz parte da cultura e do projeto pedagógico da Scholé. Acreditamos que a aprendizagem não se encerra nas paredes do nosso edifício e sabemos que a comunidade, as pessoas, as organizações, os espaços públicos são espaços privilegiados de conhecimento e oportunidades de exploração. Gostamos de fazer projetos com a comunidade (e para a comunidade) e também gostamos de saír só pelo prazer de usufruir da rua, dos espaços de lazer, dos parques infantis, da praia, do oceano... Aquando da matrícula na Scholé as famílias autorizam, à partida e para todo o ano letivo, todas as saídas que ocorram na comunidade. As saídas são ainda mais importantes (e obrigatórias) se forem promovidas no âmbito dos projetos de aprendizagem. Têm caráter facultativo as saídas fora da comunidade, que requerem transporte especial (ex. camioneta, avião...), horários diferentes do habitual e custos acrescidos.
na scholé há castigos?
Não temos cantinho do castigo ou orelhas de burro. Na Scholé há normas de convivência, direitos e deveres e consequências. As normas, direitos e deveres são reavaliados a cada ano, pelas crianças (ou durante o ano quando, excecionalmente, se justifica). Conhecendo à partida aquilo que é esperado, trabalhamos sempre no sentido da responsabilidade e da responsabilização mas as crianças (à semelhança dos adultos!) falham - por esquecimento, por opção, porque precisam de atenção...
Há sempre lugar a acolher, a conversar, a compreender o que falhou e porque falhou. Quando as falhas são recorrentes, há lugar a consequências que são sempre associadas à regra que incumprimos (ex. não perco o direito a brincar no recreio se a minha falha esteve relacionada com o uso dos quartos de banho...) e proporcionais às situações (ex. se não respeitei as regras de tranquilidade da biblioteca num determinado dia, a consequência não poderá ser a proibição de ir à biblioteca durante um mês ou limpar o pó a todas as folhas de todos os livros de todas as estantes)...
Há sempre lugar a acolher, a conversar, a compreender o que falhou e porque falhou. Quando as falhas são recorrentes, há lugar a consequências que são sempre associadas à regra que incumprimos (ex. não perco o direito a brincar no recreio se a minha falha esteve relacionada com o uso dos quartos de banho...) e proporcionais às situações (ex. se não respeitei as regras de tranquilidade da biblioteca num determinado dia, a consequência não poderá ser a proibição de ir à biblioteca durante um mês ou limpar o pó a todas as folhas de todos os livros de todas as estantes)...
na scholé há bullying?
Não, se respondermos de acordo com a definição generalizada de bullying enquanto "prática de agressão física, verbal, social ou sexual intencional e repetida contra uma pessoa que se sente incapaz de se defender, resultando num desequilíbrio de poder." Isto não invalida que haja situações de conflitos entre pares, discussões mais aguerridas, discursos pejorativos e ofensivos... As crianças estão a crescer, a experimentar papéis, a testar limites, a descobrir-se na relação. Nem sempre conseguem corresponder a todas as expectativas dos adultos e, não raras vezes, escolhem estratégias erradas de interação, deixam-se dominar pelas emoções, agem de forma irrefletida. Cabe aos adultos (e às outras crianças) estarem presentes, estarem atentos, orientarem, oferecerem ajuda, serem porto de abrigo e serem assertivos para não permitirem que estas situações se generalizem, se tornem norma, se vulgarizem e para que as crianças não cresçam a sentir que não faz mal magoar ou ser magoado, física ou emocionalmente.
como é que podemos saber o que se passa na escola durante o dia?
Venham à escola, entrem, participem nos check ins, leiam os arcos de planificação de cada grupo, ofereçam-se para dinamizar uma atividade no âmbito de um projeto relacionado com a vossa área profissional, falem com a equipa, consultem os porftólios das crianças, acompanhem as novidades e registos fotográficos na app de comunicação da escola, participem nas reuniões de pais, peçam uma reunião quando se sentirem mais perdidos, venham às festas (a todas!) e celebrem muito... Escolham como participar mas participem, sempre!
porque é que a escola não reporta tudo o que acontece durante o dia?
Não somos fás de reality shows e nem sequer somos particularmente fotogénicos (ou videogénicos!). Damos valor ao tempo, ao nosso e ao das crianças. E damos sobretudo valor à confiança. O que acontece na escola, quase sempre, fica na escola no pressuposto de que a escola é um laboratório vivo, um local onde nos é permitido experimentar, falhar, voltar a tentar, quer no domínio da aprendizagem, quer nas emoções e relações. Quando as situações são recorrentes, quando as estratégias que implementamos são insuficientes, quando percebemos que determinada criança precisa de um apoio mais transversal ou de medidas adicionais, comunicamos sempre com as famílias e, em conjunto, definimos caminhos alternativos.
O meu filho vai ter sempre o mesmo professor? Como funciona a rotação de educadores?
Na Scholé implementamos um sistema de rotação de educadores por projeto, que é uma escolha pedagógica intencional e um dos pilares da nossa abordagem. Esta dinâmica traz benefícios fundamentais para o desenvolvimento das criança, quer ao nível da riqueza de estilos e laços - as crianças têm a oportunidade de aprender com diferentes adultos, cada um com as suas paixões, personalidades e métodos de ensino únicos. Isto enriquece a aprendizagem, aumenta a capacidade de adaptação e permite-lhes criar laços de referência com várias pessoas na escola, e não apenas com uma. Por outro lado, quando uma criança é acompanhada por vários educadores/professores, ela é "vista" de múltiplas perspetivas. Nas nossas avaliações, cruzamos o olhar de todos os adultos que trabalharam com a criança. Isto permite-nos construir um retrato muito mais completo, diverso e justo do seu desenvolvimento, identificando talentos e necessidades que um único olhar poderia não captar. Na Scholé, a estabilidade não vem de uma única pessoa, mas sim da força da comunidade. Todas as crianças conhecem todos os adultos, e vice-versa. Sendo que os grupos são pequenos, é natural e esperado que a criança volte a trabalhar com os mesmos educadores várias vezes ao longo do ano letivo, aprofundando essas relações.
fazem apresentações em todos os projetos. Temos mesmo de participar em todas?
Os momentos de apresentação dos projetos representam o culminar de um processo de aprendizagem. São um marco num caminho mais longo, são um momento de avaliação final e são sempre uma celebração. Nos dias das apresentações, as crianças disponibilizam-se para partilhar - seja no formato de uma exposição, teatro, museu vivo... - aquilo que aprenderam, descobriram, testaram e concluíram durante as semanas do projeto. Merecem a nossa máxima atenção e disponibilidade, para que possamos, projeto a projeto, perceber o quanto evoluíram, a forma como se relacionam com os outros e com as suas audiências, a forma como se apropriam dos conceitos, muitas vezes complexos, e os tornam seus.
As apresentações são sempre abertas às famílias - pais, mães, irmãos, avós - e à comunidade para que a audiência seja mais completa e diversificada.
Se não puderem participar, expliquem às crianças...mas não lhes retirem a possibilidade de estarem presentes e de serem escutadas.
As apresentações são sempre abertas às famílias - pais, mães, irmãos, avós - e à comunidade para que a audiência seja mais completa e diversificada.
Se não puderem participar, expliquem às crianças...mas não lhes retirem a possibilidade de estarem presentes e de serem escutadas.
como é que sabem que o que fazem vale a pena?
Fazer a Scholé é difícil. Sabemos que a entrega, a curiosidade, o envolvimento que pedimos diariamente, a adultos e crianças é muito grande. Também sabemos que muito do que fazemos só se verá muito tempo depois de terem saído da Scholé...Se estivermos atentos aprendemos a reconhecer os sinais no dia a dia - o saber estar, a disponibilidade para o outro, a vontade de fazer mais e melhor, a curiosidade, a autonomia, o sentido crítico, o sentido de humor... Quando partem para outras aventuras e regressam porque sentem saudades, porque querem vir fazer trabalhos de casa ou estudar connosco, porque querem simplesmente desabafar ou brincar, sabemos que fomos "casa" enquanto cá estiverem e que nos levaram no coração. E aí, sabemos sempre que vale a pena.